JMJs

O que são as Jornadas Mundiais da Juventude?

Segundo o Papa João Paulo II, as Jornadas Mundiais da Juventude são “acontecimentos providenciais (e não ritos convencionais) para que os jovens professem e proclamem cada vez com mais alegria sua fé em Cristo... acolhendo uma iniciativa proposta pelos próprios jovens (as jornadas) nasceram do desejo de oferecer-lhes significativos momentos de pausa na constante peregrinação da fé”.[1]

Sua finalidade principal é “colocar Jesus Cristo no centro da fé e da vida de cada jovem, para que seja o ponto de referência constante e a luz verdadeira... todas juntas, ao longo desta década, se apresentam como um contínuo e premente convite a fundamentar a vida e a fé na rocha que é Cristo (...) Numa Jornada Mundial o jovem pode viver uma forte experiência da fé e de comunhão, que lhe ajudará a afrontar as perguntas mais profundas da existência e a assumir responsavelmente o próprio lugar na sociedade e na comunidade eclesial.[2]

O próprio Papa sublinha que a proposta das jornadas “não é uma alternativa à pastoral da juventude ordinária, frequentemente realizada com grande sacrifício e abnegação. Quer fortalecê-la oferecendo-lhe novos estímulos de compromisso, metas cada vez mais significativas e participativas. Tendendo a suscitar uma maior ação apostólica entre os jovens, não quer isolá-los do resto da comunidade, senão fazê-los protagonistas de um apostolado que contagie (...)”. E diz: “peço aos responsáveis da pastoral da juventude a servirem-se cada vez com maior generosidade e criatividade das Jornadas Mundiais da Juventude como acontecimento que, dentro do itinerário normal da educação na fé, seja uma manifestação privilegiada da atenção e da confiança que toda a Igreja sente nas jovens gerações.[3]

As Jornadas Mundiais da Juventude são celebradas anualmente: uma jornada mundial a cada dois ou três anos, intercalada por eventos diocesanos, celebrados no Domingo de Ramos. Para cada Jornada, o Santo Padre sugere um tema para reflexão e vivência.

Espiritualidade das Jornadas Mundiais da Juventude

Os conteúdos desta experiência e de sua espiritualidade são:

O Encontro com Jesus Cristo

Por isso, justamente, a Cruz tornou-se o centro das Jornadas Mundiais da Juventude”. (Bento XVI, 9 abril de 2006). A JMJ convida sempre os jovens a se encontrar com Jesus Cristo e descobrir sua face, pois “o cristianismo não é simplesmente uma doutrina; é um encontro na fé com Deus, que se tornou presente na nossa história, com a encarnação de Jesus.[4]

O Papa João Paulo II pede para “tornar possível este encontro com todos os meios, contemplando Jesus que vos procura apaixonadamente (...) Somente o encontro com Jesus poderá dar sentido pleno à vossa vida: ‘Criastes-nos para Vós [ó Senhor], e o nosso coração está inquieto, enquanto não descansar em Vós’, escrevia Santo Agostinho (Confissões I,

1). Não vos deixeis distrair nesta busca. Perseverai nela, porque aquilo que está em jogo é a vossa plena realização.”[5]

É um encontro na Palavra de Deus e na Igreja:

Procurai-O com os olhos da carne, através dos acontecimentos da vida e do rosto dos outros; mas procurai-O também com os olhos da alma, por intermédio da oração e da meditação da Palavra de Deus, uma vez que a contemplação do rosto de Cristo não pode inspirar-se senão naquilo que se diz dele na Sagrada Escritura (...) E não esqueçais de buscar Cristo e de reconhecer a sua presença na Igreja. Ela é como que o prolongamento da sua ação salvífica no tempo e no espaço. É nela e por intermédio dela que Jesus continua a tornar-se visível hoje e a fazer-se encontrar pelos homens.”[6]

Na Sagrada Eucaristia, nos pobres e nos que sofrem: “O mesmo Redentor está presente no sacramento da Eucaristia (...) A santa Missa torna-se então o verdadeiro encontro de amor com Aquele que se entregou completamente por nós.”[7] “Caros amigos, se aprenderdes a descobrir Jesus na Eucaristia, sabereis descobri-lo também nos vossos irmãos e irmãs, em particular nos mais pobres.”[8]

Amor à Igreja na pessoa do Papa e escuta de sua palavra:

Um fator determinante da JMJ é o encontro entre o Papa e os jovens. Os jovens e o Papa juntos. O Papa é o 'coagulante' e o 'aglutinador' das diferentes e variadas multidões de jovens. É o sinal visível da unidade e da comunhão da Igreja, sua presença reforça a consciência e a alegria dos jovens de pertencer a uma Igreja fervorosa e viva (...)

Ainda que muitos deles sejam alheios à Igreja, aceitam, porém, a exigência e a firmeza do ensino do Papa, porque reconhecem nele um verdadeiro pai que deseja guiá-los pelos caminhos que levam à vida, que é capaz de escutá-los, de animá-los e de amá-los. São tocados pela força serena testemunhada pelo Santo Padre, no meio da sua fadiga e doenças; acolhem o grande contraste entre a fraqueza física que lhe oprime e a força interior que o anima, tanto é assim que ele não tem medo de se mostrar tal qual ele é. Os jovens admiram ao Papa porque encarna um cristianismo intenso e luta com determinação pela fé e a dignidade humana. Lhe concedem uma grande credibilidade, e isto porque enxergam que está totalmente entregue a Deus e aos homens, até o extremo do limite da audácia na doação de si mesmo.”[9]

Vivência da universalidade e comunhão da Igreja:

“Estando juntos podem se interrogar sobre as aspirações mais profundas, experimentar a universalidade e comunhão com a Igreja, se comprometer com a urgente tarefa da nova evangelização. Desta forma se dão a mão, formando uma grande corrente de amizade, unindo as cores da pele e das bandeiras nacionais, a diversidade das culturas e das experiências, na adesão da fé no Senhor Ressuscitado.” [10]

Os jovens protagonistas da nova evangelização e da construção da Civilização do Amor:

“Amados jovens, permiti que vos ponha agora uma questão. E vós o que é que deixareis à próxima geração? Estais a construir as vossas vidas sobre alicerces firmes, estais a construir algo que há-de durar? Estais a viver a vossa existência de modo a dar espaço ao Espírito no meio dum mundo que quer esquecer Deus ou mesmo rejeitá-Lo em nome de uma falsa noção de liberdade? Como estais a usar os dons que vos foram dados, a “força” que o Espírito Santo está pronto, mesmo agora, a derramar sobre vós? Que herança deixareis aos jovens que virão? Qual será a diferença impressa por vós?”[11]

“Dissemos que os santos são os verdadeiros reformadores. Agora gostaria de expressá-lo de modo mais radical: só dos Santos, só de Deus provém a verdadeira revolução, a mudança decisiva do mundo.” [12]

“A Igreja precisa de testemunhas autênticas para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida seja transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros. A Igreja precisa de santos. Todos somos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade... (este é) o caminho de heroísmo evangélico.” [13]

“O Evangelho torne-se o vosso tesouro mais precioso: no estudo atento e no acolhimento generoso da Palavra do Senhor encontrareis alimento e força para a vida de cada dia, encontrareis as razões de um empenho sem tréguas, na edificação da civilização do amor.”[14]

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Imagem: Cruz pastoral de Paulo VI, Gregorio Domínguez, 1982
[1] Carta ao Pontifício Conselho para os Leigos, 8 de maio de 1996
[2] Ibid.
[3] Ibid.
[4] João Paulo II, 6 de agosto de 2004
[5] João Paulo II, 22 de fevereiro de 2004
[6] Ibid.
[7] João Paulo II, 6 de agosto de 2004
[8] João Paulo II, 22 de fevereiro de 2004
[9] Mons. Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontificio para os Leigos, abril de 2002
[10] João Paulo II, 8 de maio de 1996
[11] Bento XVI, 20 de Julio de 2008
[12] Bento XVI, 20 de agosto de 2005
[13] João Paulo II, 6 de agosto de 2004
[14] João Paulo II, 29 de junho de 1999

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