quarta-feira, 27 de abril de 2011

São Rafael Arnáiz: o santo mais jovem da JMJ

O seu sentido de humor durante a doença aproximou-o mais a Deus

Madrid, 26 de Abril de 2011 – Numa família da
alta sociedade e profundamente religiosa, nascia, em Burgos, Rafael Arnáiz, no dia 9 de Abril de 1911 – este ano celebra-se o centenário do seu nascimento. Enquanto estudava num colégio dos jesuítas adoeceu com febres altas, pelo que teve de interromper os seus estudos. Depois da sua recuperação, o seu pai agradeceu à Virgem e levou-o a Zaragoza e consagrou-o à Virgen del Pilar.

Mais tarde mudou-se para Madrid onde se matriculou na Escola Superior de Arquitectura. Apesar da intensidade do ritmo de estudos, arranjava sempre tempo para ir rezar à capela de Caballero de Gracia e participava nos turnos de oração nocturna.

Na capital espanhola esteve em contacto com um mosteiro cisterciense da Ordem dos Trapistas, San Isidro de Dueñas (Palencia), lugar que o atraiu notavelmente, e no qual acabou por ingressar após sentir o chamamento de Deus em 1934. Adoeceu, contraindo diabetes, o que o fez abandonar três vezes o mosteiro, mas em todas as ocasiões regressou porque sabia que Deus o ajudaria e não o deixaria só.

Até nos momentos mais difíceis e trágicos da sua vida conseguiu ter o sentido de humor que o caracterizava. Para este santo, o amor ao Pai era tudo e assegurava que “do amor de Deus tudo provém”. As suas últimas palavras antes de morrer foram “toma-me e dá-Te ao mundo”.

Sempre fiel à sua vida monástica, morreu na madrugada de 26 de Abril de 1934, quando tinha apenas 27 anos. Foi beatificado em 27 de Setembro de 1992 e canonizado em 11 de Outubro de 2009 pelo Papa Bento XVI. A sua festa celebra-se no dia 26 de Abril.

San_Rafael_Arnaiz_2Santidade não é perfeccionismo
Um dos grandes ensinamentos da sua vida é que a santidade não deve ser confundida com o perfeccionismo. Este é caracterizado por centrar todos os esforços em que as nossas obras não tenham erro ou falha. No entanto, a santidade não consiste tanto na perfeição material, mas sim na aceitação, pelo amor de Deus, dos nossos esforços e dos nossos pequenos “êxitos”, assim como das nossas limitações e erros. Rafael sonhou em ingressar nos Trapistas para ser um monge perfeito, mas Deus, afinal, concedeu-lhe ser um… monge santo!

Há uma passagem dos seus escritos que ilustra muito bem esta ideia:

“Era uma vez um palhaço que cada vez que entrava na pista do circo caía…, ia daqui para ali arrastando os seus enormes sapatos e com grande esforço tentava endireitar o canto do tapete. Quando pensava que estava bem, tropeçava nele…, voltava a endireitar e caía novamente e suava. (…) Eu conheço um monge trapista que na Trapa faz como este palhaço, toda a sua actuação resume-se a um «fazer que fazemos», arrastando os pés e secando o suor.

Este pobre homem faz rir os anjos que contemplam do céu o espectáculo do mundo, ainda que não faça as manobras arriscadas dos demais artistas, nem dê saltos mortais, nem piruetas no trapézio… O que é que isso importa? Se não sabe mais do que desenrugar os tapetes e com isso ganha os aplausos dos anjos!”

Modelo atual para os jovens de hoje

Em 1982, no contexto da Jornada Mundial da Juventude em Santiago de Compostela, João Paulo II apresentou-o como modelo para a juventude. No dia da sua canonização, Bento XVI disse: “O Irmão Rafael, próximo do nosso tempo, continua a oferecer-nos um modelo fascinante com o seu exemplo e as suas obras, especialmente para os jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram à plena verdade, a mais indescritível alegria, que se alcança pelo amor de Deus”.

Mais informação (espanhol):

• Especial São Rafael Arnáiz na página da internet da abadia cisterciense San Isidro de Dueñas: inclui cronologias, galeria fotográfica, documentação…

Trailer de um documentário sobre a vida do Irmão Rafael (espanhol)

http://www.youtube.com/watch?v=B2ScAV7tnTY&feature=player_embedded

Fonte: Madrid11.com

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