..."Jornadas mundiais se tornaram um grande e fascinante testemunho que os jovens dão a si mesmos, se tornaram um meio poderoso de evangelização. Com efeito, nos jovens há um imenso potencial de bem e de possibilidades criativas. Ao encontrá-los, em qualquer lugar do mundo, espero antes de tudo por aquilo que eles querem me dizer a respeito de si próprios, de sua sociedade, de sua Igreja. E sempre procuro concientizá-los a respeito: “De modo algum é mais importante aquilo que vou dizer-lhes: importante é o que vocês me dirão. Talvez não possam dizer isso com as palavras, mas conseguem dizê-lo com a sua presença, com o seu canto, quem sabe também através de sua dança, por meio de suas apresentações, enfim, com seu entusiasmo.”
"Nós precisamos do entusiasmo dos jovens. Temos necessidade da alegria de viver que os jovens têm. Nela se reflete algo da alegria originária que Deus teve ao criar o ser humano. Precisamente essa felicidade os jovens experimentam em si próprios. É a mesma em todo lugar, embora seja sempre nova, original. Os jovens sabem exprimi-la à sua maneira.
"Não é verdade que é o Papa a conduzir os jovens de um canto para outro do globo terrestre. São eles que o conduzem. E mesmo que seus anos aumentem, eles exortam-no a ser jovem, não lhe permitindo esquecer sua esperança, sua descoberta da juventude e da grande importância que ela tem para a vida de cada ser humano. Acredito que isso explique muitas coisas.
No dia da inauguração do Pontificado, em 22 de outubro de 1978, após o encerramento da liturgia, eu disse aos jovens na Praça de São Pedro: “Vocês são a esperança da Igreja e do mundo. Vocês são a minha esperança.” Aquelas palavras são lembradas constantemente.
Os jovens e a Igreja. Resumindo, desejo destacar que os jovens buscam a Deus, buscam o sentido da vida, buscam respostas definitivas: “O que farei para alcançar a vida eterna?”(Lc 10,25), nesta procura não podem deixar de encontrar a Igreja. E também a Igreja não pode deixar de encontrar os jovens. É necessário apenas que a Igreja tenha uma profunda compreensão daquilo que é a juventude, da importância que reveste para cada ser humano. É preciso também que os jovens conheçam a Igreja, que nela enxerguem a Cristo, o qual caminha ao longo dos séculos com cada geração, com cada ser humano. Caminha com cada um como um amigo. Importante na vida de um jovem é o dia em que ele estiver convencido de que este é o único Amigo a não desiludir, com quem pode sempre contar.
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Capítulo do livro entrevista de Viottorio Messiori com o Papa João Paulo II: Cruzando o Limiar da Esperança, editora Francisco Alves, 1994. P. 121-127.
Leia o artigo completo no blog: Amigos da Cruz
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