sábado, 19 de junho de 2010

Santa Sé: dirigir-se aos jovens para alcançar a paz

Dom Marchetto ministra conferência na Grã-Bretanha
CONVENTRY, sexta-feira, 18 de junho de 2010 (ZENIT.org) – No mundo de hoje, que deseja a paz apesar de todas as dificuldades, os jovens são um meio fundamental para alcançar esse objetivo.
Foi o que afirmou Dom Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, em sua intervenção na Conferência Anual das Capelanias Universitárias Europeias, celebrada na Coventry University (Grã-Bretanha) de quarta-feira até hoje.

A formação intelectual, espiritual e humana das jovens mentes e dos jovens corações é fundamental para criar um mundo melhor”, afirmou.

Como recordou Bento XVI na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2009, para construir a paz é essencial combater a pobreza, fator que frequentemente agrava os conflitos, os quais, por sua vez, “promovem ulteriores situações trágicas de pobreza”.

Hoje – assinalou Dom Marchetto –, a luta contra a pobreza requer “uma atenta consideração do complexo fenômeno da globalização”, “por si incapaz de construir a paz” e que, ao contrário, “em muitos casos cria divisões e conflitos”.

Segundo o prelado, a globalização deveria ser “uma boa oportunidade para conseguir algo o importante na luta contra a pobreza e para pôr à disposição da justiça e da paz recursos antes inimagináveis”.

“Uma das formas mais importantes de construir a paz”, de fato, é “através de uma forma de globalização dirigida aos interesses de toda família humana”, o chamado “bem comum universal”.

O arcebispo recordou que a globalização deve ser governada. Com este fim, é necessário “um forte sentido de solidariedade global entre países ricos e pobres, assim como dentro de cada país”.

Da mesma forma, a luta contra a pobreza requer “cooperação tanto no âmbito econômico como no legal, para permitir à comunidade internacional, e sobretudo aos países mais pobres, identificar e implementar estratégias coordenadas para enfrentar os problemas, proporcionando um marco legal eficaz para a economia”.

Jovens

O secretário do dicastério vaticano afirmou que a Igreja Católica tem “uma solicitude e uma consideração muito especiais pelos jovens em geral, e pelos jovens estudantes em particular”.

Este ano em que se celebra o 25° aniversário da Jorna Mundial da Juventude, Dom Marchetto recordou que “o futuro está no coração dos jovens”.
“Para construir a história, como podem e precisam fazer, eles devem libertar a própria história dos falsos caminhos.”

Para que isso seja possível, acrescentou, os jovens devem ter “uma confiança profunda no homem e na grandeza da vocação humana – uma vocação que se deve perseguir com o respeito à verdade e à dignidade e aos direitos invioláveis da pessoa humana”.

Em um contexto mundial aparentemente cheio de ameaças, fome, enfermidades, opressão política e espiritual, os jovens podem chegar a pensar que “a vida tem pouco sentido”, e ser tentados portanto a “fugir de suas responsabilidades”: “nos mundos da fantasia do álcool e das drogas, em breves relações sexuais sem compromisso com o casamento e a família, na indiferença, no cinismo e inclusive na violência”.

Frente a perspectivas deste tipo, Dom Marchetto convidou os jovens a reconsiderar o chamado que o Papa João Paulo II lhes lançou em sua mensagem para a Jornada Mundial da Juventude de 1985, exortando a buscar verdadeiras respostas para as questões que têm de enfrentar.

Os jovens estudantes – observou o arcebispo Marchetto – são um “palco privilegiado na busca da paz através da justiça, da reconciliação e do perdão”.

A geração de estudantes – acrescentou – é fundamental para “desenvolver interações humanas sadias e uma justa formação ética, moral e social para chegar a ser arquitetos e protagonistas da verdadeira paz, a que o mundo aspira apesar de tudo”.

Por isso, desejou que os trabalhos da Conferência possam ajudar as capelanias universitárias a “organizar melhor seus programas para despertar nos jovens estudantes da escola secundária e da universidade o desejo de trabalhar por um mundo de paz”.

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